Do basquete ao mundo corporativo

Neste artigo compartilho aprendizados do esporte que levo para a vida

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Do basquete ao mundo corporativo

O esporte foi uma grande escola na minha vida. Me dediquei ao basquete dos 7 aos 21 anos de idade. Aos 14 anos, saí da casa dos meus pais e acabei me mudando algumas vezes, morando em São Leopoldo/RS, Jundiaí/SP e Ribeirão Preto/SP. O basquete me ensinou muito mais do que competir, me ajudou a construir minha visão de mundo e me moldou como pessoa que sou.

Mas, o que isso tudo tem a ver com o mundo corporativo?

Para mim, os dois universos possuem muitas similaridades. Valoriza-se o comprometimento, a criatividade para resolver problemas e o trabalho em equipe.

O esporte me ensinou muito, dentro e fora das quadras. Durante esses anos, aprendi diversas lições que podem ser aplicadas ao ambiente corporativo.

1 - Nem sempre só o treino é o suficiente para alcançar a vitória

O esporte é imprevisível. Perder uma partida pode ser triste, pode parecer o fim do mundo, mas não é (depois de muitas lágrimas derramadas, posso confirmar o que estou dizendo). Nem sempre o time com as melhores jogadoras e equipe técnica vai vencer a partida. Por isso, perder me ensinou a lidar melhor com as frustrações e a respeitar o adversário, e, principalmente, a não desistir dos objetivos.

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Por vezes, o que planejamos não é utilizado na empresa ou não ocorre como esperado. Além disso, algo que me ajudava muito quando pensava em meu desenvolvimento e aprimoramento, era não me comparar com outras pessoas. Buscar o meu melhor e me superar, mais do que se comparar com outras pessoas e suas próprias jornadas.

2- Cada um tem um papel e um valor diferente para agregar ao time

Uma equipe vencedora é aquela que sabe unir as qualidades de suas jogadoras, explorando ao máximo os pontos fortes e trabalhando para melhorar os pontos fracos de cada uma. Um time com sinergia sabe cadenciar o jogo e aproveitar as oportunidades. Ninguém ganha o jogo sozinho e em equipes que trabalham nas empresas é o mesmo. Como diz um provérbio africano bastante popular:

"Se você quer ir rápido vá sozinho. Se você quer ir longe, vá acompanhado" - Provérbio Africano

3- Esteja preparada para o momento em que as oportunidades surgirem

Um jogo de basquete pode ser decidido em segundos e é isso que o torna tão fascinante. O jogo pode virar a qualquer momento. Um lance é capaz de determinar o sucesso ou o fracasso do seu time. É preciso correr riscos, surpreender o adversário e confiar na sua capacidade de execução. Entenda suas forças e fraquezas e compartilhe os seus objetivos com as pessoas ao redor, principalmente gestoras. Oportunidades, vagas e promoções vão e vem, é importante estar preparado para quando o momento chegar (e se der medo vai com medo mesmo).

4- Pratique, pratique, pratique

Ter talento é importante, mas não é suficiente. Um campeonato é cheio de imprevistos — podem ocorrer lesões, derrotas inesperadas, conflitos no time. Para ser uma jogadora completa, não basta se destacar em uma função. É preciso estar preparado e ter a persistência necessária para lidar com estas situações adversas e conseguir apoiar a equipe em áreas que talvez não sejam suas especialidades. Pratique bastante o básico, como costumo dizer o "arroz com feijão". Depois disso, avance, tente movimentos e jogadas mais complexas.

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Somente entendendo o valor dos fundamentos será possível avançar com uma base sólida para outras posições com mais responsabilidades e complexidades. Treinar e se aperfeiçoar no básico (atividades/técnicas relevantes para o dia a dia) serão essenciais para os próximos passos na sua carreira.

5- Treine para transformar a pressão ou momentos complexos em oportunidade

Tive que praticar como controlar melhor minha ansiedade e a aceitar que a pressão aconteceria de diversas formas no jogo: técnico, torcida, tempo de jogo e etc. Assim como no esporte e nas empresas, momentos complexos demandam resiliência e adaptabilidade. Aprendi que fatores externos (jogos ou empresa) não estão sob minha responsabilidade e que não posso controlar, mas a forma como lidar e que passos traçar à partir disso, está nas minhas mãos.

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Há alguns anos trabalho como Gerente de Produtos em tecnologia em empresas com estrutura dinâmica e com contextos inovadores. Já passei por diversas situações em que muitas mudanças ocorreram e nestes momentos a experiência no basquete fez bastante diferença.

6- Ninguém na equipe é igual e isso é muito bom!

O esporte une pessoas que vem de diversos lugares, com classes sociais, níveis de escolaridade, raças e privilégios diferentes e tudo isso faz do time o mais completo possível. Cada uma traz soluções conforme sua própria visão de mundo e é isso que torna o time mais criativo, inovador e, consequentemente, competitivo. Há muito o que aprender com as pessoas do seu time, guardo até hoje muitos exemplos no meu dia a dia.


Esses foram alguns aprendizados ao longo dessa jornada que vivi no basquete. Além disso, tive oportunidade de ser capitã de alguns times que passei. Nunca fui a mais forte, nem a mais rápida. Tinha um arremesso dos 3 pontos muito bom e treinava sempre a mais do que minhas colegas para que esse fosse o meu diferencial. Era metódica quando o assunto era treinar técnica de arremesso, porém, comparado as minhas colegas, isso não era o suficiente para ser considerada a melhor jogadora do time. Me destaquei pela dedicação, pela facilidade de relacionamento e por ser uma jogadora que incentivava a equipe em todos os momentos.

Hoje, vivendo no mundo corporativo, percebo que o basquete foi uma escola sobre gestão de pessoas, liderança, ética e resiliência. Em diversos momentos, principalmente nos mais difíceis, paro e penso se já vivenciei algo parecido no basquete e de que forma isso foi solucionado no passado. Esse mecanismo sempre me traz insights e exemplos importantes para seguir.


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